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Mostrando postagens de agosto, 2014

Quando visitei sua casa pela primeira vez...

Eu gosto de sujeira, ela sorriu meio tímida e pensativa, como se tivesse chegado aquela conclusão naquele exato momento, ou como se quisesse me ver impressionada, ao responder, naquela cachoeira, sobre eu ter lhe chamado atenção sobre como ela andava abraçada com o desleixo esses dias.                                    Lembro-me de quando visitei sua casa pela primeira vez na vida e me deparei com tanta sujeira que de súbito imaginei a minha mãe constrangida diante daquele lugar, gritando como louca extremamente perturbada e falando alguma coisa sobre como a bagunça representa muito das pessoas. Fulana é porca, já percebeu?! Cruzes!                    Depois de algum tempo, meu costume passou a ser o de me adaptar com aquela sensação de chegar à tua casa. Em um dia de chuva eu poderia descobrir que ela teria goteiras, em outros que dava sono, c...

Eles venceram, idiotas somos nós.

U m entra e sai danado, você todo animado. Casa cheia, casa vazia, “tudo vermelho na rua!”, você dizia. Eu fazia meus desenhos sem saber de fato o que tanto acontecia, minha irmã sempre atenta a teus passos, brigando na escola, com fitas nos pulsos, bonés, risadas. “Pega essa estrela pra ti, colabora!”.  A cidade dividida entre o azul e o vermelho, entre a direita e a esquerda, entre o homem de barba e a mulher carismática. De um lado diziam: “Um véi desse, um véi desse maconheiro!”, do outro confirmavam: “Uma puta falsa dessa! Ela abraça e beija os pobres e se lava com nojo depois! Eu disse SE LAVA COM NOJO depois que eu conheço!”. O portão não parava de abrir e fechar, eu já sabia pela cara da mamãe que a casa só seria casa depois que aquela doce loucura fosse embora. Nossa casa era uma casa agora, muito engraçada, era uma casa só de brincadeirinha.  Eu, magrelinha, no coração dos recreios, onde poucas pessoas eram estrelinhas, na saída vi uma muvuca na frente da esco...