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sexta-feira, 2 de abril de 2021

beliscão

Preciso voltar a escrever... não esquecer disso aqui, um vínculo que resiste. Ainda que agora eu seja deprimente e não tenha conquistado muitas coisas, isso aqui pode ser considerado uma boa conquista. Nada demais, mas um vínculo que resiste. As três décadas vem chegando com alguns remédios e medos ridículos... medos acompanhados de algumas leis de atração, porque ser brega e obssecada por alguma coisa na vida adulta faz parte das minhas mil e umas manias. A vontade infantil de se apegar a qualquer coisa que não seja real aumenta, achei que a tendencia era diminuir, mas não vem sendo. Com o tempo vem funcionando feito um beliscão... dor fina, espanto, nada demais e que não tira pedaço, mas que dá pra lembrar que está viva, que eu sinto algo... Quero estar viva em 2025, vi os esotéricos dizerem que haverá um primeiro contato de fora com a terra. É claro que existe vida fora da terra, isso eu não tenho dúvidas, seria muito injusto... mas não quero perder mesmo é a reação das pessoas. Na verdade eu acho que eu me sinto mais ansiosa de imaginar a confusão das pessoas do que como seria o formato e as cores dessa vida fora da terra. Eu gosto do desconhecido atrapalhando as certezas alheias. Essa parte de chocar as pessoas ainda não passou, acho que não passa. Foi o que ficou da adolescência medrosa e de pouquíssima rebeldia. As vezes me sinto assim, um pedacinho de uma eterna adolescente....  As trocas trocas de remédios me assustam, o doutor morreu de covid e não deu tempo de me dizer tudo... quanto conhecimento perdido no espaço meu deus... era um médico inteligente. Tive uma pequena esperança de que existe explicação para algumas coisas no último diagnóstico, ainda que ele tenha votado no capiroto... Enquanto ele se foi eu fico aqui, esperando minha vez com medo. Quem sabe agora a um passo da esquizofrenia, de perder o controle... Uma parte minha nunca foi muito normal, né... sempre com medo... desde criança esse mesmo clichê cármico... medo, medo, medo. Esses dias ando angustiada com minha falta de talento, com meu sono constante, com a quantidade de fracassos que coleciono... é engraçado como me apeguei a uma ideia de uma grande descoberta que virará uma chave na minha cabeça e mudará tudo para sempre. Esses dias também venho pensando em como me vejo fora dos grupos... parece que não aprendi a fazer parte dos grupos e que isso precisa ser aprendido. Seria tudo mito que aprendi a cultivar para pensar que a vida tem algo de especial, seria mitos criados para ser vítima mais uma vez? Talvez eu esteja doente... talvez só não seja um bom dia. 

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