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domingo, 31 de janeiro de 2016

Vou menstruar em um miolo de pão

Se você me bater de novo Aurélia, juro que um dia eu vou te chupar até a morte. Seus olhos vão ser virados pra sempre e nesse dia vou esconder teu corpo debaixo da minha cama e faço questão de beijar a tua boca fria antes de te enfiar dentro do meu fogão. Pra ver se você aprende a deixar de ser insensível, meu amor, pra ver se você aprende a se manter quente pra sempre. Você vai feder a casa inteira, vai empestear essa casa igualzinho quando você diz que vai embora, quando você realmente vai embora. Mas dessa vez sou eu Aurélia, sou eu que vou te fazer empestear a casa. E eu vou guardar um pedaço do seu cabelo pra me masturbar as vezes e nunca mais quero ouvir a sua voz, ouviu bem? Nunca mais. Você vai morrer de prazer mulher. Nossa relação acabará fatalmente melhor do que das outras vezes. Eu vou me entregar na polícia, não se preocupe. Ainda mantenho um bom coração. Vou menstruar em um miolo de pão lá na cadeia e passar dias e noites lutando por um cigarrinho qualquer pra saciar a minha primeira vez Aurélia, a minha primeira vez em poder decidir cortar meu cabelo do jeitinho que eu quero e não do jeito que você gosta. Lá provavelmente não vai ter o shampoo que eu gosto, então é melhor ter menos cabelo mesmo. Eu quero que você suma quando eu estiver lá dentro. Vai ter muitas mulheres lá dentro, eu vou gozar outra vez Aurélia. Vou me perguntar muitas vezes se você criou essa espécie que eu sou agora ou se eu nasci assim e você apenas fez minha máscara cair. Até nisso você vai continuar querendo estar viva. Você caça muitas maneiras de estar viva dentro de mim Aurélia. E por muito tempo eu quase acreditei que era eu que inventava essas coisas, mas é verdade... você entra dentro da minha cabeça que eu sei. As pessoas mudam ou apenas se revelam Aurélia? Os meus dedos sujos não me darão paz sem as respostas, vou querer morrer de prazer também. Mas nada será capaz de me destruir, porque você não estará mais por aqui. Pra não sentir ciúmes, furei meus próprios olhos Aurélia, pra não te machucar, arranquei todas as minhas unhas, pra não me despedaçar, quebrei as roseiras que você mais gostava daquela janela amarela. Eu sempre me disse, depois que você virava as costas me dizendo já chega, que um dia era a minha vez, que um dia eu iria me livrar de você. Eu fui o gato ou o sapato? Quem é que sabe a essa altura do campeonato. No começo eu tinha certeza que eu tava certa. Eu era a vítima Aurélia, você sabia disso melhor do que ninguém. Mas o que foi que você fez que eu não me reconheço mais? O que foi que você fez depois que seu gosto já estava entre os meus dentes... um dia você acha que a gente daria certo casadas? Talvez um papel mude as coisas. Ou quem sabe são as coisas que mudam os papéis, não é mesmo minha flor...O certo é que eu vou menstruar num miolo de pão ou você vai acabar sendo ainda mais esperta do que eu Aurélia, como sempre desconfiei no fundo, no fundo, que fosse. Um dia eu vou te chupar tanto que você vai me matar primeiro Aurélia... asfixiada no meio das tuas pernas, eu vou morrer com a boca aberta e sorrindo. 

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